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Jingle Waguinho Senador

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pesquisa comprova: Oportunidade é a saida para os 900 mil usuários de CRACK

Unifesp acompanha usuários de crack por 12 anos

Pesquisa pioneira no país, realizada pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Unifesp, retratou o impacto do crack na vida de usuários após 12 anos da alta de uma instituição para desintoxicação. Os dados mostram que os dependentes da droga têm sido mais facilmente assimilados pelo sistema penal – já que 47% estiveram presos por até dois anos – que pelas unidades de saúde, nas quais o tempo médio em que se mantiveram em tratamento não ultrapassou os quatro meses.


O estudo, que teve início em 1995, investigou o destino de 131 usuários dependentes de crack que buscaram tratamento na Enfermaria de Desintoxicação do Hospital Geral de Taipas, zona Norte de São Paulo, entre 1992 e 1994. Após a alta, eles foram avaliados em dois (1995-1996), cinco (1998-1999) e 12 anos (2005-2006).

O perfil dos pesquisados, na época da internação, era de adultos jovens, com menos de 25 anos, homens brancos, das classes socioeconômicas baixa e média baixa. O início de consumo de crack ocorreu por volta dos 20 anos e, aos 23, foi verificado o ápice de uso, no qual, em uma semana típica de consumo, os usuários utilizavam média de 50 pedras da droga em até quatro dias ininterruptos.

Doze anos decorridos da alta, 78 desses indivíduos estavam vivos (60%), sendo que 13 (10%) deles estavam presos. Dos demais, 24 não foram localizados (17%), dois estavam desaparecidos e 27 mortos (21%). Dos óbitos encontrados, 16 foram por homicídio, seis por Aids, três por overdose, um por hepatite B e outro por afogamento. “Não é possível estabelecer uma relação direta entre o crack e as mortes, mas podemos associar à maior vulnerabilidade de envolvimento em situações violentas, como brigas, disputas, assassinatos, dívidas de droga, conflitos com a polícia e com traficantes, ou comportamento sexual de risco, aumentando a suscetibilidade para contrair doenças sexualmente transmissíveis”, afirma Andréa Costa Dias, psicóloga da Uniad e autora da pesquisa.

No intuito de saber a situação dos mortos, desaparecidos e presos um ano antes destes desfechos, a pesquisadora entrevistou os familiares e verificou que 80% deles ainda faziam uso da droga. Nesses doze anos, tanto os índices de envolvimento com alguma atividade ilícita quanto o de prisões subiu significantemente. Saltou de 49%, para práticas ilícitas, e, 21%, para o número de prisões na admissão na enfermaria, para 62% e 47%, respectivamente.

Emprego: proteção contra o vício

Foi verificado, nesse período, um bom índice de abstinência, declarado por 66% dos 65 usuários que não estavam presos. Um dos fatores que podem ser considerados como de “proteção” é o emprego, segundo Andréa, já que o índice de indivíduos empregados mais que dobrou, passando de 30,5% na época da internação, para 67% na conclusão da pesquisa.

O estudo também traçou um perfil de uso entre esses indivíduos. A seqüência de substâncias consumidas, antes de chegar ao crack, não surpreende. Tudo se inicia com as lícitas: tabaco e álcool. Este último, com um consumo intenso ao longo de todo o tempo de dependência. Entre as drogas ilícitas, a maconha é a primeira que chega entre esses usu¬ários, seguida pela cocaína aspirada. “Este dado nos possibilita traçar um perfil de uso, destacando o consumo concomitante de crack e cocaína aspirada”, conclui a pesquisadora


Morte alcançou 30% dos pesquisados.

Um comentário:

  1. Gostaria de pedir a gentileza de nos fornecer uma entrevista para o nosso blog.
    blogovagalume@gmail.com

    Abs

    Angeline

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